ARETÊ | 31 de maio de 2022

Cinco perguntas: Mariana Mare, engenheira ambiental

Por Redação Aretê

 

Um vídeo exclusivo apresenta tudo o que o balneário e o Aretê têm a oferecer aos navegantes e aventureiros

No Aretê, adotamos princípios ambientais que são colocados em prática com estratégias e ações que garantem um futuro com desenvolvimento e preservação do meio ambiente. Por isso temos como parceira a Masterplan, consultoria em projetos ambientais que vem trabalhando no Aretê desde 2019. A Masterplan realiza seus projetos com eficiência, transparência, sustentabilidade e economia, oferecendo soluções inovadoras para que um empreendimento se desenvolva em conjunto com a natureza em seu entorno.

Fizemos 5 perguntas para Mariana Mare, engenheira ambiental e coordenadora de projetos na Masterplan, sobre o trabalho que vem sendo realizado no bairro, incluindo a restauração florestal de algumas regiões.

1) Qual é o trabalho que vocês vêm desenvolvendo no Aretê?

No Aretê gerenciamos os processos e estudos ambientais necessários para obtenção das Licenças ambientais emitidas pelos órgãos competentes para que o Aretê seja implantado.

Além dessa interface com os órgãos de licenciamento, a Masterplan instrui, orienta e acompanha todas as empresas envolvidas com as obras para que sigam corretamente as condicionantes e legislação ambiental. Esse  é um trabalho de parceria e monitoramento contínuo, com as lideranças e toda a equipe. Nesse processo é fundamental que todos os envolvidos na operação estejam conscientes e treinados acerca dos procedimentos de controle ambiental.

2) O que motivou a criação do Projeto de Restauração Florestal?

A instalação de um empreendimento demanda a supressão de algumas áreas de vegetação. Para que isso ocorra em conformidade com a legislação ambiental, o desenvolvedor precisa elaborar um Inventário Florestal, classificando o tipo e estágio da vegetação existente. O documento é submetido à avaliação do INEA (Instituto Estadual do Ambiente), que determina uma medida compensatória para a supressão. O Aretê, em conformidade com as definições do órgão licenciador, está realizando a restauração florestal em áreas degradadas dentro do próprio bairro. Atualmente temos dois projetos aprovados para recuperação de 20 hectares. 

3) Como é realizado o processo de supressão? 

Antes de definirmos a necessidade da supressão, fazemos uma análise bastante criteriosa. Temos que seguir as regras da Lei da Mata Atlântica e do zoneamento da cidade, que estabelece os percentuais de taxa de preservação e de intervenção em cada região do Aretê. A equipe de arquitetura tem feito o trabalho de projetar as residências em áreas degradadas ou que requeiram o mínimo de intervenção.

Antes da supressão, um biólogo especialista em fauna faz um rastreamento da área e acompanha durante todo o tempo as atividades para garantir que nenhum animal se machuque. Essas são diretrizes do nosso Programa de Manejo de Fauna. Enquanto isso, uma equipe especialista em flora faz a coleta de espécies vegetais endêmicas, de espécies ameaçadas ou de valor paisagístico. Essas espécies são encaminhadas para o viveiro do Aretê para reprodução ou, dependendo do tipo e tamanho, são diretamente transplantadas.

4) O que o Aretê conseguiu realizar nesses anos de trabalho?

Foi instalado um viveiro especialmente para a produção de mudas nativas, o que contribui imensamente para a restauração florestal. Atualmente temos 50 espécies arbóreas em desenvolvimento e já produzimos mais de 60 mil mudas para reflorestamento.

O Projeto de Restauração Florestal já cobriu uma área de 9 hectares em 90 mil m2, e até o final de 2022 deveremos atingir a marca de 20 hectares de floresta recuperada dentro do bairro. 

5) E quais os benefícios alcançados até agora?

A Restauração Florestal promove melhoria da qualidade do solo, proteção contra erosão e aumento da biodiversidade, pois plantamos uma variedade de pelo menos 30 espécies diferentes entre pioneiras e não pioneiras. 

A Restauração atua também como uma grande captadora de CO2, ou seja, contribui com a mitigação das mudanças climáticas. Hoje temos 20 hectares já aprovados para o plantio e estamos desenvolvendo um projeto para restaurar mais 160 hectares.

Além disso, o Aretê tem o objetivo de fazer um paisagismo exclusivo, com espécies nativas da vegetação de restinga, que é a vegetação de Búzios. Esse é um desafio, pois os grandes hortos vendem muita vegetação exótica, que não é original da região. Mas o viveiro  do Aretê tem um grande potencial de produção. Já produzimos algumas espécies direcionadas ao paisagismo e queremos aumentar esse número. Com dedicação e tempo teremos um grande acervo de plantas nativas em nosso viveiro.

Estamos formatando um banco de dados online com todas as espécies encontradas no Aretê e seus arredores. Será uma biblioteca da vegetação de restinga que ficará disponível para a cidade e será uma grande fonte de pesquisa para estudiosos.